sábado, 29 de outubro de 2011

Quem é o Meu Próximo?

Quem é o nosso próximo? A quem realmente devemos nos importar e demonstrar o nosso amor cristão?
Jesus quando aqui andou contou uma parábola muito impressionante, para mostrar quem é o próximo.
Esta parábola está relatada em Lucas 10:25-35. Nós conhecemos bem a história: Um homem viajava de Jerusalém para Jericó; ou poderia ser, viajava de São Paulo para Santos, ou Rio de Janeiro à Nova Friburgo; no caminho ele foi assaltado por marginais que além de roubarem todos seus pertences, o maltrataram cruelmente, abandonando-o muito ferido, quase à morte.
Jesus contou esta história ao um doutor, "Intérprete da Lei" (V.25) a quem demonstrava que o único caminho para a vida eterna era o: "Amar a Deus em primeiro lugar e amar o próximo como a si mesmo. A isto o doutor perguntou, "E quem é o meu próximo?"
Na história do Bom Samaritano, os indivíduos não são idendificados pelos nomes, mas caracterizados pelas funções e ações. O homem assaltado é um anônimo: talvez um viajante, um desempregado em busca de trabalho; quem sabe um bóia-fria.
Enfim, é alguém carente, desprotegido, marginalizado, sem amigos, sem dinheiro, sem família - sem ninguém - a sós no mundo, como milhões de outros por aí. Lá está ele: jogado à beira da estrada, caído na sarjeta abandonado.
Entram em cena, então aqueles que tinham a solução do problemas às mãos: Um sacerdote e um levita. Diz a Palavra de Deus: "Casualmente descia um Sacerdote por aquele mesmo caminho." (V.31)
Você perguntaria: Será que o sacerdote parou para ajudá-lo? Não! A Bíblia fala que numa atitude de completo "desamor" o sacerdote passou de lado, ou seja tentou ignorar aquela situação; procurou não envolver-se nem se incomodar com o pobre miserável.
Quem sabe o sacerdote havia trabalhado todo fim de semana; estava cansado e saudoso do lar. Queria ter o seu merecido repouso e ficar me paz, às sós. E afinal de contas o que tinha acontecido com aquele estranho não era da sua conta.
A história continua: "Semelhantemente um levita descia por aquele mesmo caminho, e vendo-o também passou de largo. (v.32)
O sacerdote nem sequer olhou para o ferido viajante. O levita, quem sabe, preocupado pois poderia ser um parente ou amigo seu, deteve-se por um instante, olhou-o, e como não o reconhecesse, passou de largo.
E lá estava o moribundo, quase a morrer. Será que ninguém se preocuparia com ele? Será que ninguém se importava? Será que ninguém tinha amor para dar?
Neste momento apareceu um estranho, um "inimigo" , ou seja um samaritano, um estrangeiro. Ora, durante cerca de 800 anos os judeus não se davam com os samaritanos, porque em 722, Salmanezer ou Sargão II, reis da Assíria tomara Samaria e substituíram seus habitantes por bailônios e sírios, que trouxeram suas tradições, crenças religiosas contrárias às dos judeus.
Os samaritanos eram inimigos, para os judeus , um foco purulento incrustado no seu território. Eram considerados como cães.
Mas, vejamos: lá estava o moribundo; ele sentiu que alguém parou, desceu da montaria e se aproximou dele. Quem seria? Oh, impossível! Era um samaritano!
E o samaritano compadeceu-se dele, curou-lhe as feridas aplicando óleo e vinho; e colocou-o em cima do seu próprio animal e o levou para uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: cuida deste e, se alguma coisa gastares a mais, e to indenizarei quando voltar.
Finalmente alguém viu o drama do homem abandonado; alguém sentiu por ele; alguém se envolveu, alguém ajudou. Por estranho que pareça, quem ajudou era um ser rejeitado, um inimigo, um cão.
Ao Jesus terminar o relato perguntou ao doutor da lei: "Qual deste três parece ter sido o próximo do homem. . ." V.36. O homem respondeu sem titubiar, "Aquele que usou de misericórdia para com ele." V.37 sua resposta estava correta.
Aqui estão algumas verdades para nós:
1. Muitos se dizem religiosos, cristãos, mas não desejam nenhum comprometimento com os probelams dos outros. Isto é negação de religião, isto é negar a Cristo.
2. Muitos julgam que devam ajudar aos seus familiares, seus parentes, colegas e amigos, e nada mais. O seu círculo de amor é muito limitado, sua atuação muito restrita.
3. Na concepção cristã, o nosso próximo não está limitado à nossa família, nossas amizades, nossa raça. Nosso próximo é todo aquele que necessita de auxílio e quem podemos ajudar.
4. A parábola nos ensina que a verdadeira religião é a prática do amor. É crer fazendo. É viver o que crê, e fazer o bem que se deve fazer. Tiago diz: "A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações." Tiago 1:.27
A Bíblia nos diz: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de todas as tuas forças e todo o teu entendimento; e amarás o teu próximo como a ti mesmo." Lucas 10:27
Quando Jesus terminou de contar esta história do bom Samaritano, disse para o doutor da lei: "Vai e procede tu de igual modo, e mais, . . . faze isto e viverás." Lucas 10:37-38.
Nesta parábola contada por Jesus, se você fosse um dos integrantes, quem seria você? O sacerdote? O levita? Ou o bom samaritano?
Agora olhe ao seu redor: Veja quantos necessitados, abandonados e carentes estão à beira da estrada, destruídos pelo pecado assaltados pelo mal.
Veja quanta ruína e tragédia! então reaja: Ajude alguém hoje! faça o bem a alguém; diga uma palavra de conforto; levante um caído, anime-o, ponha seu amor em prática.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Desenterre os Poços!!
Por que será que as pessoas normalmente esperam um ano ano novo para serem diferentes?
Se é diariamente que nossa mente deve ser renovadas, Porque diariamente as pessoas deixam que os poços de seus sonhos, desejos, vida ministerial, vida conjugal, vida familiar, vida financeira, enfim, sejam enterrados por filisteus ?
Sabemos que Isaac reabriu todos os poços que os filisteus tinham enterrado depois de seu pai Abraão ter aberto. E não só isso além dele desenterrar poços já abertos, porém encobertos de terras, ele foi muito além ...ele abriu muitos poços naquela região, onde a bíblia nos fala que Fluía Rios de agua Viva !!! ( Gênesis : 26)
Por quanto tempo, ficaremos nos conformando com filisteus tapando os poços de nossa vida ?
Por quanto tempo estaremos esperando novos anos, para que então começamos a desfrutar do melhor de Deus, da melhor colheita, do melhor ano? Se Deus deseja nossa total felicidade agora !!
Você já viu algum poço já enterrado fluir água? Você já viu algum poço enterrado ter agua limpa? Nãooo, a única coisa que saiu de um poço enterrado é barro, e ele não pode matar a sede de ninguém dessa forma? Ele também não poderá regar o que se semeia ...pois a agua desse poço é a fonte da grande realização de colheitas !!!
Claro !!!! Para que você tenha uma boa colheita, você precisa regar com agua...e de onde vem a agua ...de um poço ....e se o poço estiver enterrado? Não vai ter agua e o que você plantou raramente não conseguirá colher , por falta ...isso mesmo ...de uma boa água viva !

O que quero dizer com tudo isso, é que normalmente deixamos sonhos, desejos, serem enterrados por filisteus, e ficamos esperando a colheita ...mas essa colheita só virá, se você audacioso for , para desenterrar tudo aquilo que Deus deseja que você cumpra ....assim como Isaac fez, desenterrou todos os poços na qual seu pai Abrãao tinha aberto pela direção de Deus, e com esses poços ele enriqueceu e colheu cem por um !!!
Que a partir de agora , você não permita, que ninguém enterre o que Deus determinou para a sua vida, que você possa fazer a partir de hoje , a restituição de poços já enterrados e principalmente novos poços que verdadeiramente a abundante agua fluirá dele suficientemente para que sua colheita seja um por cem !
Desejo a você que a partir de hoje, você comece a desenterrar aquilo que na sua vida era dado como um poço seco, sem agua, sem vida, e que você recomece a abrir novos poços, pois será também através dele que você poderá saciar a muitas vidas...afinal um poço envolve sempre muitas vidas que dependem dele, e servir a outros com poços nossos realmente é semear em boa terra e a colheita é garantida !!! Afinal quando do seu poço flui águas vivas ela inundará a todos que estão ao seu redor e então mudará a vida daqueles que te cercam !!!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Como entender o tempo de DEUS


Como entender o tempo de Deus?
Vemos em Atos 1:1 a 11 uma preocupação de Lucas para informar a verdade a um certo Teófilo sobre Jesus. Na verdade, este texto tem uma ligação muito grande com o início do ministério de Jesus, pois irá falar a respeito do início do ministério da Igreja.
No início de seu ministério Jesus foi para o deserto e ali esteve sozinho por 40 dias (Mt.4.1-2), e depois da ressurreição Jesus ficou 40 dias ensinando sobre o reino de Deus (v.4). O Pentecostes acontece 50 dias depois da Páscoa, sendo assim, os discípulos ficam 10 dias em uma inquietação a respeito das coisas que iriam acontecer.
A pergunta é: o que fazer? ir à frente de Deus? ou esperar e confiar na palavra de Jesus o qual disse: “E comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai...? (v.4). Assim como foi difícil para os discípulos esperarem por uma promessa feita pelo próprio Jesus, é difícil também para nós, hoje, esperar quando estamos passando por dificuldades e queremos o mais rápido possível uma ação de Deus. Muitos não sabendo esperar passam à frente de Deus e acabam sofrendo grandes conseqüências. Por que é tão difícil esperar?
a) Porque muitas vezes não entendemos a ação de Deus na espera: É no momento de espera que Deus realmente quer nos conhecer, pois a Bíblia está cheia de exemplos de pessoas que não souberam esperar. Um deles foi Saul, que não soube esperar e acabou perdendo o reino (I Sm 13.8-14). Pessoas assim como Saul que não souberam esperar pela ação de Deus perderam seus cônjuges, sua família, seus amigos, empregos, etc. É no momento de espera que Deus quer ver de nós: a nossa obediência: “determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém” (v.4); 2); a nossa paciência: “...mas que esperassem...”; a nossa confiança, estritamente nele: “...esperassem a promessa do Pai...”; 3) relembrar de tudo o que Deus já fez por nós: “a qual, disse Ele, de mim ouvistes”.
b) Porque queremos que as coisas aconteçam sempre no nosso tempo e da nossa maneira: Hoje em dia as pessoas estão em busca daquilo que é rápido e passageiro. Toda a tecnologia quer levar a humanidade para a “rapidez e facilidade”. Quando os discípulos perguntaram a respeito do “tempo” a Jesus no verso 7, usaram a palavra Khrónos, que no grego significa: tempo longo ou breve, breve tempo, um certo tempo, o nosso tempo, tempo humano. Perguntaram porque queriam que as coisas acontecessem com uma certa urgência e rapidez. A resposta de Jesus sobre o tempo foi a palavra kairós, que no grego passa a idéia de:
1) União e harmonia, como se fosse uma justa medida, lugar, ponto justo: pensando em harmonia, temos que ter a certeza que toda decisão fora do tempo de Deus deixa dúvidas, embaraço, questionamentos. As coisas parecem que não se encaixam, parece que só vão se tornar realidade “forçando a barra”. É preciso saber que quando for o tempo de Deus as decisões terão uma harmonia e tudo se unirá.
2) Tempo de oportunidade, momento propício: muitas vezes quando queremos algo, pedimos, imploramos. Mas Deus pela sua onisciência e onipresença sabe que aquilo que queremos poderá até nos tirar da presença do Senhor. No tempo de Deus, pelos acontecimentos, logo você saberá que é um tempo de oportunidade, tudo será realmente favorável na sua decisão, pois será Deus que estará na frente. Por isto vale a pena esperar o tempo propício de Deus.
3) Tempo fixado, tempo estabelecido e apto: quando você vai para o ponto de ônibus num determinado horário é porque está confiando que naquele horário o ônibus vai passar, ou para um banco às 10h é porque tem confiança de que naquele horário o banco estará aberto. Isto tudo nos mostra que confiamos no homem (Jr 17.5). Da mesma forma temos que confiar em Deus (Sl.40), pois tudo está determinado por Ele. O tempo está fixado e estabelecido por Deus e na hora certa as promessas de Deus irão se cumprir na nossa vida.
c) A espera sempre se reflete em silêncio, e o silêncio de Deus sempre antecede uma ação peculiar de Deus para mudar nossas vidas: Quando Jesus subiu ao céu, foi uma cena contemplativa: “ E estando eles com os olhos fitos no céu...” (v.10). Não podemos também confundir espera com uma vida contemplativa, pois os discípulos saíram dali com a promessa de Deus para as suas vidas, para a vida da Igreja, e eles foram fazer o que estava no alcance deles: saíram do monte Olival e foram para Jerusalém (v.12), começaram a se reunir no cenáculo (v.13), perseveravam unânimes em oração (14), escolheram o substituto de Judas Iscariotes (23). Depois desse processo de espera e de silêncio por parte de Deus, Deus agiu: derramou o Espírito Santo que foi prometido mais ou menos 600 anos antes! Deus foi fiel e Deus cumpriu a sua promessa. Quando os discípulos fitaram os olhos para os céus, aquela cena parecia um processo de que tudo estava se acabando. Sim! No tempo do homem parecia que tudo estava se acabando, mas no tempo de Deus, no Kaíros de Deus estava apenas começando.
Pergunto: Qual a postura do crente diante de uma situação de espera? No seu entendimento através deste artigo, como você identifica que a decisão que vai tomar está dentro da vontade de Deus? Reflita.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

PRELIMINARES A RESPEITO DA BÍBLIA

Este trabalho versa sobre o aconselhamento bíblico, por isso o iniciaremos com uma abordagem sobre a Bíblia, uma vez que ela é fundamental para o entendimento e a prática deste ministério cristão.

1. Terminologia
O termo “Bíblia” tem origem no vocábulo grego biblion que significa “livro” ou “rolo”, mas os termos que a própria Bíblia normalmente menciona a respeito dela mesma no Novo Testamento são “Escritura” e “Palavra de Deus”.

2. Composição
A Bíblia é composta por 66 livros, sendo 39 livros no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. Estes livros estão organizados não em ordem cronológica, mas sim em ordem temática:
Antigo Testamento

Lei    5 livros – Gênesis a Deuteronômio      
Históricos    12 livros – Josué a Ester      
Sabedoria e poesia    5 livros – Jó a Cantares      
Profetas Maiores    5 livros – Isaías a Daniel      
Profetas Menores    12 livros – Oséias a Malaquias   
Novo Testamento

Evangelhos    4 livros – Mateus a João      
Histórico    1 livro – Atos      
Epístolas Paulinas    13 livros – Romanos a Filemom      
Epístolas Gerais    8 livros – Hebreus a Judas      
Apocalíptico/ Profético     1 livro - Apocalipse   
Quadro 1 – Ordem dos livros da Bíblia
A Bíblia tem cerca de 40 autores e foi escrita num período de 1500 anos aproximadamente, sendo de Moisés (1450 a.C.) até João (95 d.C), todavia, foi preservada por Deus por todos estes anos e apresenta uma unidade em sua mensagem, já evidenciando sua formação sobrenatural.
Os textos originais da Bíblia são chamados de autógrafos. Estes autógrafos produzidos pelos escritores bíblicos foram escritos em: Hebraico e algumas porções em Aramaico (Esdras 4.8 a 6.18; 7.12-26; Daniel 2.4 a 7.28 e Jeremias 10.11) no AT e Grego no NT.

3. Inspiração
Conforme podemos ler em 2 Timóteo 3.16, a Bíblia, isto é, Toda a Escritura, é inspirada por Deus.
O termo traduzido por “inspirada por Deus” significa literalmente “soprada por Deus”, logo, a ênfase está sobre a fonte das Escrituras. As Escrituras são provenientes de Deus.
Inspiração foi o processo divino sobre escritores humanos da Bíblia, de modo que, o Espírito Santo usou as próprias personalidades e estilos dos mesmos, de tal modo, que eles escreveram o que Deus queria que escrevessem e foram guardados de qualquer erro nos escritos originais (autógrafos).

3.1 Inspiração Verbal e Plenária
3.1.1 Inspiração verbal: Toda a Escritura, em seus escritos originais, foi inspirada palavra por palavra. A inspiração não é apenas de idéias ou conceitos, mas verbal. Devemos levar em consideração número, gênero, etc., de cada palavra, pois até neste ponto chegou a intensidade da inspiração de Deus. Gl 3.16 “descendente”; Mt 5.18 “Porque em verdade vos digo: Até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra.”
3.1.2 Inspiração plenária: Plenária vem de pleno, completo. Toda a Bíblia é inspirada e não apenas algumas partes. Todos os 66 livros canônicos são inspirados por Deus. 2 Tm 3.16 “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil...”
3.2 Estilos pessoais dos escritores bíblicos
Muitos críticos dizem que a Bíblia é um livro escrito por homens e eles têm razão. A Bíblia foi realmente escrita por homens como ela mesma declara. Vejamos o que 2 Pedro 1.21 diz: “porque nunca, jamais, qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens santos falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo.”
A expressão “movidos” significa literalmente “carregados”. Então, os homens que escreveram a Bíblia fizeram isto sob a supervisão e orientação do Espírito Santo.
Os estilos pessoais dos escritores foram preservados. Em Romanos 9.3 (“eu mesmo desejaria...”) temos uma demonstração do sentimento do apóstolo Paulo. Em 1 Coríntios 7.12, parece que Paulo está simplesmente dando sua opinião sobre o casamento, mas notamos no versículo 40 que ele compreendia a autoridade de seus ensinos.
Pedro reconhecia que alguns escritos de Paulo eram mais difíceis de serem compreendidos (2 Pe 3.16), isto devido a sua formação intelectual, mas o Espírito Santo também moveu homens simples como Amós (Am 1.1; 7.15), um pastor na vila de Tecoa, que ficava a cerca de 16 quilômetros ao sul de Jerusalém, bem como Lucas, um médico (Cl 4.14), o único gentil a escrever no Novo Testamento.
Lucas ao escrever o evangelho com o seu nome, deixa evidente seu estilo do ponto de vista médico, por exemplo: falando sobre a “febre alta” da sogra de Pedro (Lc 4.38) ou usando termos médicos (Lc 14.2).
Algumas partes das Escrituras foram ditadas por Deus aos homens escritores: Is 1.2 “...o SENHOR é quem fala:...”; Jr 4.1 “A mim me veio, pois, a palavra do SENHOR, dizendo:”; Ez. 12:8 “Pela manhã, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:”; Ex 17.14; Jr 30.2. Outras partes foram resultados de pesquisas, mas ainda assim sob a supervisão divina de todo o processo: Lc 1.3 “...acurada investigação...”; .2 Cr 16.11 “...estão escritos no livro dos reis de Judá e Israel.”

3.3 Outros aspectos da inspiração:
3.3.1 Inerrância: Além de totalmente inspirada por Deus, a Bíblia é perfeita, ou seja, sem erros. Todos os assuntos por ela mencionados como geográficos, históricos e científicos são inerrantes (existência de cidades, povos, reis, comprovado pelas descobertas arqueológicas e outros registros seculares).
3.3.2 Infabilidade: A Bíblia é infalível, ou seja, não falha. Suas profecias se cumpriram, se cumprem e se cumprirão com perfeita exatidão.  Jo 10.35 “...a Escritura não pode falhar,”; Js 6.26 com 1 Rs 16.34; Is 7.14 com Mt 1.22, 23; Jo 13.38 com Jo 18.27;
3.3 Veracidade: Toda Escritura é verdadeira. O que Deus diz é de fato. Tt 1.2 “... o Deus que não pode mentir...”; Rm 3.4 “...Seja Deus verdadeiro, e mentiroso todo homem...” Jo 17.17 “...a tua palavra é a verdade.”
Estes aspectos acima mencionados colocam o aconselhamento que depende única e exclusivamente da Bíblia em uma posição acima de qualquer outra metodologia de aconselhamento. Por exemplo: no Salmo 19, versículo 7, lemos: “A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma...”, sendo assim, ela é suficiente para tratar da alma do ser humano, não somente isto mas ela é superior, pois é completa, em relação a qualquer outra abordagem que não se utiliza das Sagradas Escrituras. Ela é inerrante, infalível e verdadeira.

4. Canonicidade
A expressão cânon está relacionada aos livros bíblicos que foram considerados inspirados por Deus e dignos de autoridade. A palavra em si significa “regra” ou “norma”.
66 livros foram considerados inspirados e de autoridade, sendo 39 do AT e 27 do NT. São apenas estes livros que podemos considerar como Palavra de Deus e vale destacar que eles não são inspirados porque foram escolhidos por homens em concílios eclesiásticos para assumir esta posição de autoridade, mas sim porque apresentam evidências de que são resultado da revelação de Deus aos homens.
Vejamos alguns aspectos:
4.1 Relação entre AT e NT: Podemos reconhecer a autenticidade do AT pelo NT. Em Mateus 15.4, lemos o seguinte: “Porque Deus ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte.” Notemos que Mateus citou textos do AT (Ex 20.12 e 21.17; Dt 5.16; Lv 20.9), iniciando sua citação com a expressão “Porque Deus ordenou”.
O apóstolo Paulo também citou em Atos 28.25-27 o texto de Isaías 6.9-10 dizendo que foi o Espírito Santo quem disse aquelas palavras.
Além do mais, o próprio Jesus Cristo validou todo o AT quando em Lucas 24.44 citou as três principais partes do AT segundo os judeus: “Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (para os judeus as três principais partes são: Torá, Profetas e Escritos, sendo que Salmos é o maior livro desta última seção) e também quando em Mateus 23.35 se referiu a morte de Abel que se encontra em Gênesis e também a morte de um homem chamado Zacarias que se encontra em 2 Crônicas 24.20-22, que no cânon hebraico é o último livro, portanto é como se dissesse de Gênesis a Malaquias. Jesus Cristo também em Mateus 22.29 fez referência a todo o AT usando o termo “Escritura”.
Outro aspecto importante na relação do NT com o AT são as citações de eventos e personagens do AT. Adão e Moisés são citados em Romanos 5.14. Jó em Tiago 5.11; Jonas em Mateus 12.39; entre outros. Mas citações como a de Atos 1.16 (“Irmãos: Convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo proferiu anteriormente por boca de Davi,...” com Sl 41.9; 69.25; 109.8) comprova a perspectiva que os escritores tinham a respeito do AT – autoria do Espírito Santo.

4.2 Consciência da autoridade
Pelo menos por alguns momentos, os escritores bíblicos tinham consciência de estarem participando da revelação de Deus aos homens. Davi e Paulo são dois exemplos. Vejamos os textos de 2 Samuel e de 1 Coríntios:
Davi - 2 Sm 23.2 “O Espírito do SENHOR fala por meu intermédio, e a sua palavra está na minha língua”. Paulo – 1 Co 14.37 “Se alguém se considera profeta, ou espiritual, reconheça ser mandamento do Senhor o que vos escrevo.”
Pedro comentando os escritos de Paulo também demonstra consciência da composição das Escrituras do Novo Testamento – 2 Pe 3.14-16: “...o nosso amado irmão Paulo vos escreveu... em todas as suas epístolas... como também deturpam as demais Escrituras, ...”
Porém, nem todos os escritos destes homens foram inspirados (apenas os que constam na Bíblia), ou seja, nem tudo o que eles escreviam eram textos “soprados” por Deus, como a carta de Paulo aos Laodicenses (Cl 4.16), mas isto não significa que estas cartas não inspiradas eram inadequadas para a igreja.

4.3 Critérios da canonicidade para o NT
 O Concílio Eclesiástico de Cartago, realizado em 397 d.C, reconheceu os 27 livros do NT como canônicos, ou seja, como inspirados, mas antes disso todos os livros já eram utilizados como a Palavra de Deus. Definir os livros canônicos foi uma medida de defesa da fé, pois alguns falsos livros estavam surgindo e contaminando a sã doutrina oriunda dos textos sagrados.
Quatro critérios foram utilizados para reconhecerem os 27 livros do NT: Apostolicidade, Conteúdo, Universalidade e Inspiração.
Apostolicidade: Este critério considerava a autoria do livro. O livro deveria ter sido escrito por um apóstolo, como Mateus, ou por uma pessoa influenciada por um apóstolo, como Lucas e Marcos. Lucas influenciado por Paulo e Marcos por Pedro.
Conteúdo: Este critério considerava o conteúdo do livro. O livro deveria apresentar conteúdo de acordo com os textos do AT e harmoniosos com os demais livros do NT.
Universalidade: Este critério considerava o uso, a utilização do livro pelo meio eclesiástico da época. O livro deveria ter uma ampla aceitação pela igreja.
Inspiração: Este critério considerava as evidências internas do livro relacionadas as provas de inspiração divina.

5. Traduções e versões
A Bíblia foi escrita em Hebraico e Aramaico no AT e Grego no NT. Por volta do terceiro século a.C. uma tradução do AT Hebraico foi feita para o grego. Esta tradução é conhecida como Septuaginta (LXX).
Os números dos capítulos e versículos foram acrescentados a Bíblia para facilitar o estudo e pesquisa. A divisão por capítulo foi feita em 1250 d.C. e a divisão por versículos em 1550 d.C..
A primeira tradução para a língua portuguesa foi feita por João Ferreira de Almeida em 1681 d.C. Almeida nasceu em Portugal em 1628 e morreu aos 63 anos de idade, dez anos após a tradução da Bíblia para a língua portuguesa.
Atualmente encontramos várias versões em português utilizadas pelos cristãos evangélicos em geral, como por exemplo, as editadas pela SBB – Sociedade Bíblica do Brasil (ARA – Almeida Revista e Atualizada e ARC – Almeida Revista e Corrigida); SBT – Sociedade Bíblica Trinitariana (ACF - Almeida Corrigida Fiel); SBI - Sociedade Bíblica Internacional (NVI – Nova Versão Internacional); e, mais recentemente, temos uma versão chamada de Bíblia Século XXI da Edições Vida Nova, revitalizando a versão da IBB – Imprensa Bíblica Brasileira. Todas elas são baseadas nos textos escritos em Hebraico, Aramaico e Grego, e apresentam pequenas particularidades que as distinguem uma das outras.
Como diz o estudioso de versões bíblicas Luiz Sayão, existe um grupo de pessoas no círculo evangélico brasileiro, entre eles a própria Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, que defende que o único texto bíblico em português que realmente pode ser chamado de Palavra de Deus é a versão Almeida Corrigida Fiel (ACF). Eles argumentam que somente esta versão está baseada unicamente nos manuscritos, chamados de Texto Recebido ou Texto Receptus, que são os textos inspirados por Deus e utilizados por João Ferreira de Almeida. Este Textus Receptus também serviu de base para a versão inglesa de 1611, chamada de King James Version.
Porém, o denominado Texto Crítico (base para muitas outras versões) não deve ser desprezado. O Texto Crítico considera milhares de outros manuscritos e por meio da crítica textual nós podemos ter certeza do maravilhoso processo de supervisão divina sob as cópias e versões que se espalharam pelo mundo, a ponto de hoje termos em mãos excelentes versões bíblicas disponíveis em língua portuguesa que podemos reconhecer como as Escrituras Sagradas.

6. Iluminação e interpretação
No nosso estudo da Bíblia dependemos do Espírito Santo agindo em nós. A obra iluminadora do Espírito é necessária para que saibamos a vontade de Deus através da sua Palavra. Contudo, é importante estudarmos os aspectos gramaticais, históricos e teológicos da passagem. Isto é muito importante para a prática do ministério de aconselhamento bíblico.
Todo texto da Bíblia tem um propósito, uma só interpretação. Podemos fazer várias aplicações, mas o escritor tinha um único propósito ao dizer tais palavras que formam um texto bíblico. Judas deixa claro o seu propósito (Jd 3) assim como João em seu evangelho (Jo 20.30-31).
Devemos ser cautelosos na interpretação da Bíblia para pregarmos e ensinarmos corretamente a Palavra de Deus, com dedicação e dependência do Espírito. 1 Co 2.13; 1 Pe 1.10-12; 1 Co 2.10-14.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

          Qualidades de um lider...

Os líderes nascem no seio da igreja, e não necessariamente, necessitam de uma formação acadêmica. O que importa realmente é a vida reta, santa e digna de ser imitada pelos demais da congregação. São levantados com duas missões principais, são elas:
a) Preparar os eleitos para uma vida segundo a vontade de Deus, produzindo frutos dignos de arrependimento. “Foi ele quem “deu dons às pessoas”. Ele escolheu alguns para serem apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e ainda outros para pastores e mestres da Igreja. Ele fez isso para preparar o povo de Deus para o serviço cristão, a fim de construir o corpo de Cristo”.
Ef:4.11,12
b) Pregar a verdade da salvação a todos. “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros”.
2Tm 2.2
Os que ocupam cargos de liderança (em qualquer área da igreja), precisam viver a verdade do evangelho, na autoridade e poder do Senhor. Que sejam pessoas que creiam incondicionalmente na Bíblia e aceite o mover do Espírito Santo em toda a sua amplitude, que jamais queiram limitar o Senhor à Palavra, mas, que tenha consciência que Ele é o Senhor da Palavra e que vai além da revelação já existente. Estão presentes na vida dos verdadeiros líderes:
1- Chamados por Deus
” O SENHOR disse a Moisés: —Mande chamar o seu irmão Arão e os filhos dele, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar. Separe-os do povo de Israel para que me sirvam como sacerdotes.” Ex 28.1
” Em nós não há nada que nos permita afirmar que somos capazes de fazer esse trabalho, pois a nossa capacidade vem de Deus.” 2Co 3.5
O Chamado vem do Senhor, que capacita os Seus servos a desempenharem as funções para as quais foram comissionados. A preocupação do escolhido do Senhor deve restringir-se apenas em santificar-se e buscar a sensibilidade para ouvir o Espírito.
2- Comissionados por Cristo:
“ Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos”. Mt 28.19,20
Os escolhidos para a manifestação do evangelho do Senhor precisam receber a autoridade que é dada pelo Senhor. É ouvir o Ide!
3 – Enviados pelo Espírito Santo:
“ E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram. Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.” At 13.2-4
"Sem a confirmação e a direção do Espírito Santo, o líder não tem autoridade para tomar decisões próprias. É preciso ser sensível à voz do Espírito e esperar o momento certo para agir."
4 – Sensíveis à voz de Deus:
“ Jesus afirmou: —Simão, filho de João, você é feliz porque esta verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas veio diretamente do meu Pai, que está no céu”. Mt 13.17
“ Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi”. At 8.26
A habilidade de liderar não está na sabedoria humana, mas, na capacidade de ouvir e
obedecer à orientação que vem dos céus. É totalmente possível a uma pessoa simples ser
poderosamente usada pelo Senhor na manifestação do seu poder.
O compromisso com o Senhor deve ser vista por todos.
5- Cheio de Fé:
“ Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito:
O justo viverá por fé.” Rm 1.17
A perseverança na fé é uma virtude do líder segundo o coração de Deus. Pois, no curso da caminhada, dificuldades surgirão e é preciso está alicerçados, plena confiança para vencer as adversidades. Veja o exemplo de Abraão: Gn 12.1-20; 17.1-27; 22.1-19
6- Exemplos vivos de Cristo:
“ Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” 1Co 11.1
Os líderes precisam refletir a imagem do Senhor, para que seus liderados o veja como exemplo digno de imitação. É preciso um comportamento digno, palavras sábias e ações santas. Paulo declarou-se como digno de ser imitado.
7- Homens e mulheres de caráter:
“ O bispo deve ser um homem que ninguém possa culpar de nada... É preciso que o bispo seja respeitado pelos de fora da Igreja, para que não fique desmoralizado e não caia na armadilha do Diabo. Do mesmo modo, os diáconos devem ser homens de palavra e sérios... Primeiro devem ser provados e depois, se forem aprovados, que sirvam a Igreja. A esposa do diácono também deve ser respeitável e não deve ser faladeira. Ela precisa ser moderada e fiel em tudo.” 1Tm 3.1-13
Paulo faz uma descrição das qualidades que devem estar presentes na vida do líder. É preciso que seja maduro e demonstrar um caráter ético e aprovado por todos.
8- Cheios de humildade:
“ Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar que Cristo Jesus tinha: Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um ser humano, ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte—morte de cruz.” Fp 2.5-8
"O maior exemplo de humildade que temos, é o de Cristo Jesus.
Ele, obedeceu, fez a obra e pagou um alto preço."
9- O líder ouve os liderados e aprende com eles:
“ Encontrei em Davi, filho de Jessé, o tipo de pessoa que eu quero e que vai fazer tudo o que eu desejo.” At 13.22
Davi foi um rei sensível a Deus, líder humilde que aceitava as repreensões e os conselhos que procediam dos profetas. É sábio ouvir as pessoas, mesmo que as sugestões não sejam as melhores.
10- Segundo o coração de Deus:
“ Então, os homens de Israel disseram a Gideão: Domina sobre nós, tanto tu como teu filho e o filho de teu filho, porque nos livraste do poder dos midianitas. Porém Gideão lhes disse: Não dominarei sobre vós, nem tampouco meu filho dominará sobre vós; o SENHOR vos dominará.” Jz 8.22,23
Alguns são líderes natos; mas, o líder sábio deposita nas mãos do Senhor as suas tarefas e sensíveis ao Espírito Santo, age segundo a Sua orientação.
11- Vida de orações e jejuns:
“ E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram. Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.” At 13.2-4
A vida de oração e jejum possibilita ao líder comunhão íntima com o Senhor e a possibilidade de ouvir e ser orientado literalmente pelo Espírito de Deus. É um governo “teocrático”.
12- Sonhos, visões, profecias, revelações, etc:
“ Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade
nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o
mesmo Deus é quem opera tudo em todos. A manifestação do Espírito é concedida
a cada um visando a um fim proveitoso. Porque a um é dada, mediante o Espírito,
a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento;
a outro, no mesmo Espírito, a fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar; a outro,
operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um, variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las.” 1Co 12.4-10
"Crer e viver o sobrenatural do Senhor é uma condição na vida de
um líder segundo o coração de Deus."
13- Milagres, sinais e maravilhas:
“ Homens de Israel, escutem o que eu vou dizer. Deus mostrou a vocês que
Jesus de Nazaré era um homem aprovado por ele. Pois, por meio de Jesus,
Deus fez milagres, maravilhas e coisas extraordinárias no meio de vocês,
como vocês sabem muito bem.” At 2.22
Os milagres e sinais são para nossos dias, devemos encará-los como a
manifestação do poder de Deus, indispensável para a edificação de vidas.
14- Unidade dos liderados:
“ Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com
Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele.” At 1.14
Uma das qualidades do líder é reunir os irmãos num só pensamento,
numa só direção e isto só é possível, quando há o mover do Espírito Santo da vida.
15- Intrepidez, coragem:
“ Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados
e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus.” At 4.13
A nossa coragem e sabedoria nas ações precisam demonstrar que andamos com Cristo.
"Mas, a maior qualidade do líder, não importa qual a classe de liderança (seja: pastor, presbítero, diácono, professor, diretor de associações, etc.), inquestionavelmente é a condição de cheios do Espírito Santo. As ações e atitudes serão bênção."
Sejas um líder segundo o coração de Deus

segunda-feira, 24 de outubro de 2011


 ÉTICA DA RELIGIÃO
INTRODUÇÃO
A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta.
    
A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento. Nos nossos dias fala-se muito de ética; os historiadores afirmam que quanto mais uma sociedade vive carente de ética, mais se fala dela.
    
Etimologicamente “ética” alude àquilo que se costuma fazer, aquilo que normalmente se faz. A palavra grega “ethos” significa o costume social, o modo de comportamento de uma determinada sociedade.
    
As questões da ética nos aparecem a cada dia. Nas artes, o poder de sedução, de encantamento, da música, pode ou deve ser usado para condicionar o comportamento das pessoas. O mandamento evangélico  ,- amar os nossos inimigos,_ será valido para a ética? Não seria nada mais do que um comportamento adequado aos costumes vigentes, isto é, enquanto estes costumes tivessem força para coagir moralmente, o que quer dizer, socialmente

É possível que haja uma moralidade sem religião? É necessário existir um deus ou deuses de modo a que isso se torne indispensável para a moralidade? O fato de que algumas pessoas não são religiosas, as impedem de ser, automaticamente, morais? E se a resposta a estas questões exigirem a crença em uma divindade, qual das religiões é o real fundamento para a moralidade? A grande constatação é que ao olhar-se o quadro mundial dos dias de hoje, é possível afirmar que existem conflitos em número equivalente ao das religiões e pontos de vista religiosos.
A religião é uma das mais antigas instituições humanas. Há, por exemplo, pouca evidência de que a linguagem tenha existido em tempos pré-históricos, mas temos evidências claras de que práticas religiosas já eram interligadas com expressões artísticas e de que leis ou tabus exortavam os seres humanos daquela época a comportarem-se de certas maneiras. Naqueles tempos primordiais a moralidade estava implantada nas tradições, hábitos, costumes e práticas religiosas de cada cultura.
Além disso, a religião servia (como o fez até bem recentemente) como a mais poderosa das sanções para manter as pessoas, moralmente bem comportadas e obedientes. As sanções de recompensa ou punição tribal eram desprezíveis ao lado da idéia de uma punição ou recompensa tão grande, que poderia ser mais terrivelmente destrutiva ou mais deliciosamente compensadora do que qualquer outra que os simples mortais pudessem oferecer.
Entretanto, o fato de que a religião possa ter precedido qualquer código legal formal, ou sistema moral separado, na história da raça humana, ou por que possa ter fornecido sanções poderosas e efetivas, para um comportamento moral, não prova de modo algum, que a moralidade deva ter, necessariamente, uma base religiosa. Meu argumento é, precisamente, o de que, por múltiplas razões, a moralidade não necessita e, de fato, não deve ser baseada somente na religião, muito embora, como adverte Fabri dos Anjos, a religiosidade (e não uma religião em particular ) e a idéia daquilo que nos é transcendente (não necessariamente uma divindade, sejam antropologicamente inerentes ao nosso refletir bioético.
Que razões seriam estas?
Em primeiro lugar, de modo a provar que é obrigatório ser religioso para poder ser moral, teríamos que demonstrar conclusivamente que um mundo supranatural existe e que a moralidade existe lá tanto quanto no mundo natural. Mesmo que isso possa ser demonstrado, o que é altamente improvável, teríamos que mostrar que a moralidade lá existente tem alguma conexão com aquela presente em nosso mundo. Parece óbvio, no entanto, que ao lidar com as questões morais, a única base que temos, para exercitar nosso pensamento ético, é este mundo em que vivemos, as pessoas que nele existem, as idéias e valores que elas possuem e as ações que elas praticam.
Um teste, para a veracidade dessa razão, seria tomar qualquer conjunto de preceitos religiosos e perguntar, francamente, quais deles seriam absolutamente indispensáveis para o estabelecimento de qualquer sociedade moral. Por exemplo, podemos usar os Dez Mandamentos sem validar os três primeiros. Os três primeiros podem ser um conjunto necessário para uma comunidade judaica ou cristã, mas se uma comunidade não religiosa seguir, rigorosamente, apenas os mandamentos de quatro a dez, de que modo, refletindo moral e honestamente, as duas comunidades diferem? Não estou querendo dizer que a moralidade não possa ser atrelada à religião; é um fato real que tem sido, é e, provavelmente, será no futuro. O que estou querendo dizer é que a moralidade não precisa ser fundada, de modo algum em uma religião. A religião, definitivamente, não é indispensável para a moralidade. E acrescentaria ainda, que existe um enorme risco real (demonstrado múltiplas vezes pela história), da restrição e da intolerância, caso uma religião passe a ser o referencial, o único fundamento da moralidade.
Se pudermos, de modo sumário, caracterizar a moralidade desse mundo, como não ferir ou matar os outros e, de um modo geral, tentar tornar a vida e o mundo melhor para todos e tudo o que nele existe, e se muitos seres humanos não aceitarem a existência de um mundo supranatural e, ainda assim agirem tão moralmente quanto quaisquer outros que acreditam, então deve haver alguns outros atributos, diferentes das crenças religiosas, que são necessários para alguém ser moral. Embora seja óbvio que a maioria das religiões contenha sistemas ét icos, isso não transforma em verdade a afirmação de que todos os sistemas éticos tenham uma base religiosa; por tanto não existe uma ligação obrigatória entre moralidade e religião. O simples fato de que pessoas completamente não religiosas (como, por exemplo, vários eticistas ateus humanistas), podem desenvolver sistemas éticos significativos e consistentes, é prova suficiente disso.
Fornecer um fundamento racional para um sistema ético já é bastante difícil, sem ter de oferecer também um fundamento para a religião que propõe tal sistema ético. E a dificuldade de fundamentar racionalmente a maioria dos sistemas religiosos é inescapável. É impossível comprovar conclusivamente a existência de alguma supranatureza, pós-vida, deus ou deuses. Nem precisamos apelar para os argumentos modernos e tradicionais, sobre a existência ou inexistência de um deus ou deuses neste ponto, mas simplesmente verificar que não há evidência conclusiva de que tais seres existam ou não existam.
Portanto, se nenhuma evidência é conclusiva e nenhuma lógica dos argumentos é irrefutável, então a existência de um mundo supranatural, um pós-vida, um deus ou deuses, fica pelo menos colocada na categoria das coisas não provadas. Isso, naturalmente, não significa que grande número de pessoas não continuará a acreditar nas suas existências, baseando suas crenças na fé, no medo, na esperança ou na sua própria leitura das evidências. Todavia, como fundamentação lógica da moralidade, as religiões são, de fato, muito frágeis, exceto para aqueles que crêem. Acreditar que Deus, ou um pós-vida exista, pode fazer as pessoas sentirem-se melhor agindo de determinadas maneiras. Pode igualmente fornecer poderosos reforços para alguém agir moralmente (ou, pelo menos, não agir imoralmente) . Só que isso não se configura como uma fundamentação racional válida para a moralidade, que nos forneça razões, sent imentos, evidência ou lógica para agirmos de um modo e não de out ro. A qualidade moral de um ato reside no fato dele ter sido escolhido livremente e não comandado. Como declarou Scriven: “A religião pode fornecer um fundamento psicológico, mas não lógico para a moralidade”.
Ainda que as religiões pudessem ser racionalmente fundamentadas, qual religião deveria ser a escolhida como a base para a ética humana? Dentro de uma religião em part icular, essa questão é facilmente respondida, mas, obviamente, não respondida de modo satisfatório para os membros de outras religiões conflitantes, ou para aqueles que não acreditam em qualquer religião. Mesmo se os pressupostos das religiões pudessem ser conclusivamente provados, qual religião deveríamos aceitar como a verdadeira e legítima geradora da moralidade? É claro que existem muitas religiões que têm muitas prescrições éticas em comum, como, por exemplo, não matar. Mas é também bastante evidente que existem numerosas prescrições não congruentes.
Só para ficar no cristianismo, por exemplo, há muitas declarações éticas em desarmonia, relacionadas a sexo, guerra, casamento, divórcio, roubar e mentir.
Em resumo, qual a conexão entre a religião e a moralidade? A resposta é que não há uma conexão necessária. Pode-se ter um sistema ético completo, sem mencionar outra vida, que não esta, deus ou deuses, nada supranatural, ou qualquer pós-vida. Quer dizer, então, que para sermos morais precisamos evitar a religião? De modo nenhum! Os seres humanos devem ser permitidos livremente a acreditar ou desacreditar, desde que exista alguma base moral que proteja todas as pessoas contra tratamento imoral tanto nas mãos de religiosos, como de não-religiosos. Uma religião que advogue o sacrifício humano de não-voluntários, não pode ser permitida existir dentro de um sistema moral amplo. Se, por outro lado, as religiões puderem aceitar alguns princípios morais abrangentes e seus membros puderem agir de acordo com tais princípios, então eles podem coexistir com pessoas não religiosas e, ao mesmo tempo, manterem seus próprios princípios de modo significativo, sem pretenderem impor suas crenças.
Nos dias atuais é uma insanidade pretender que as pessoas cresçam ingênuas. Não podemos, e certamente não devemos, re-introduzir a famigerada era da credulidade. Está muito claro que o dogmatismo é um terrível obstáculo à educação e temos a convicção que representa um enorme perigo. Existe uma tendência, há muito perceptível nos Estados Unidos, e que vem aumentando também em outras partes do mundo, de tentar enveredar pelos caminhos do fundamentalismo religioso. A principal característica de qualquer religião fundamentalista seja cristã, judaica ou muçulmana, é que ela se baseia em um texto que supostamente deve funcionar como fundamento para a educação e a verdade. O conhecimento é, assim, finito, e essencialmente a-histórico. Dessa maneira, o único conhecimento novo permitido deve ser uma nova interpretação de um certo texto que, por supostamente conter verdades que foram definitivamente reveladas, não é um objeto adequado para uma investigação crítica ou histórica.
O fundamentalismo é um convite, uma exortação, para se aceitar inquestionavelmente o que é tido como sendo os ensinamentos centrais da fé (e isto não apenas com relação a questões como a criação do mundo, mas em assuntos do século XX, como engenharia genética, clonagem terapêutica, células-tronco, etc.). Dessa forma negativa, o fundamentalismo atua como um empecilho à pesquisa científica e à busca de evidências históricas. O fundamentalista não acredita que seja desejável possuir conhecimento, seja para onde for que este o possa levar. O conhecimento não é considerado um objetivo em si. A mensagem é que nós deveríamos acreditar naquilo que nossos professores de religião nos ensinam e não nos intrometer em questões que seria melhor deixar ocultas. No entanto, o fato é que não podemos desaprender o que foi uma vez descoberto e demonstrado. Não devemos e não podemos desejar voltar ao período medieval, à era pré-Galileu ou pré-cartesiana. É impossível, ainda que tentássemos, acreditar que o que Aristóteles e Tomás de Aquino disseram, consistia na soma de todo o conhecimento possível.
Dizer que a ética é independente da religião não é negar que teólogos ou outros crentes religiosos possam ter um importante papel a desempenhar em Bioética. Tradições religiosas freqüentemente têm longas histórias no trato com dilemas éticos; e o acúmulo de sabedoria e experiência que representam, podem fornecer valiosos modos de enxergar determinados tipos de problema. Só que esses modos de enxergar devem estar submetidos à análise crítica, na mesma medida em que quaisquer outras propostas devam sê-lo. Se, no final, nós as aceitarmos, será porque as julgamos sólidas e racional e emocionalmente justificáveis, e não meramente porque sejam declarações de um papa, um bispo evangélico, um rabino, um monge budista, um mulá ou qualquer outra pessoa supostamente infalível ou sagrada.
Toda decisão moral deve ser embasada, fundamentalmente, em três elementos: a maior quantidade de conhecimento que se possa adquirir sobre a questão, o tempero do sentimento e da emoção humanos e, sobretudo, o máximo de liberdade e isenção para fazer a escolha. Isso adiciona predicado humanitário à nossa estatura ética e confere responsabilidade real à escolha. Sem conhecimento, sem sentimento, sem isenção e sem liberdade para decidir, não há ação moral possível. Há imposição. Mando e obediência. E toda imposição é moralmente injustificada, teologicamente herética, subversiva da dignidade humana e, pior do que tudo é obscurantista e espiritualmente opressiva.
Referências bibliográficas
DOS ANJOS, M. F. – Ciência e ét ica na pluralidade religiosa. Mesa redonda no V Congresso Brasileiro de Bioética. Recife, PE (2004).
KANT, I. – Groundwork of the Metaphysics of Morals. – Ed. Harper and Row, New York (1964).
HARE, R.M. – Essays on Bioethics. – Ed. Clarendon Press, Oxford, UK (1993).
MACKIE, J. L. – Ethics: inventing the right and wrong. – Pelikan Books eds. London, UK (1990)
HICK, J. – Philosophy of Religion. 3a Edição. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall (1983).
HOSPERS, J. – An Introduction to Philosophical Analysis. 2a Edição. Upper Saddle River , NJ: Prentice Hall (1967).
SCRIVEN, M. – Primary Philosophy. New York, NY: Ed. McGr
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