sábado, 19 de fevereiro de 2011

 
O SÁBADO DIA SAGRADO, PARA OS JUDEUS

A palavra Shabat é derivada do verbo lashévet, que significa “descansar” ou “sentar”. Mas para o povo judeu o Shabat é na verdade, o dia dedicado às orações e considerado o dia mais importante da semana. É o sábado.

Nas tradições mais antigas do Antigo Testamento, o sábado é colocado ao lado do dia da lua nova e feriados, então o descanso poderia ocorrer na lua nova ou segundo o calendário litúrgico em vigor (2 Re 4.23; Is 1.13; 66.23; Am 8.5; Sl 81.3-4).

O sua observância é requerida por Deus bem antes da revelação do Sinai (Êx 16.25-30), contexto que os redatores sacerdotais da Torá relacionam a “Eleição de Israel” às legislações cúlticas e morais dadas por Deus ao povo; portanto está contido no Decálogo sendo o quarto mandamento (Êx 20.8-11).

Associado com o obra da criação (Gn 2.3; Êx 20.11), foi também posto em relação com as lutas de sobrevivência dos israelitas escravizados pelos egípcios (Dt 5.15), mas também lei em favor do espoliado, e dia da libertação operada por Deus. A lei insistia na guarda do dia de descanso, quer na época de semear, quer na época da colheita (Êx 34.21). O trabalho era proibido, mesmo os afazeres domésticos.

Para as camadas dirigentes da sociedade na época monárquica, o sábado era dia de festejar. Muita festa e muitos sacrifícios e holocaustos; entretanto não era dia de libertação dos escravos ou espoliados que lhes prestavam serviço forçado, consequentemente o Shabat deles era rejeitado por Deus (Is 1.12-17).

No período do Segundo Templo, o governador da província de Judá, Neemias, observou que o sábado era constantemente profanado pelas elite, e procurou restaurar essa tradição legal (Ne 13.15-22).

Após o restabelecimento deste mandamento o seu cumprimento foi ficando cada vez mais rigoroso, até que no tempo de Jesus Cristo as interpretações da guarda do Sábado tinha se tornado uma grande confusão, com vários mandamentos de cunho humano e interpretações que os doutores da lei davam ao povo como ordenanças, tornando a guarda do sábado insuportável. O Shabat estava servindo para os doutores da lei oprimir o povo. Jesus Cristo determinou na pratica que a vida está acima dos tratados da lei (Mc 2.27-28). Ele próprio tinha por costume comparecer e participar das reuniões nas Sinagoga aos sábados, mas afirmou Ele que tinha autoridade sobre o sábado (Mt 12.8). Nesse dia operou milagres, o que os judeus consideraram uma “quebra” da lei, e defendeu seus discípulos que tinham sido acusados de infringir a lei sabática (Mt 12.3-8).

Por certo tempo os judeus-cristãos guardavam o sábado. O apóstolo Paulo, porém, ensina claramente em sua epístolas que as exigências da lei a respeito do sábado não envolviam obrigação para os cristãos (Rm 14.5-6; Gl 4.10; Cl 2.16-17).

Os místicos judeus descreviam o Shabat como a Shechiná, ou a Rainha, ou a Noiva de Deus que vai ao encontro dele todas as sextas-feiras ao pôr do sol e fica ao lado dele até o pôr do sol do dia seguinte. O povo judeu ao final desse dia fica num profundo sentimento de tristeza.

OS FARISEUS
A observância ao Shabat era rigorosa. Alguns rabinos fariseus proibiam que se cuspisse no chão bruto num dia de sábado, para que tal ato não agitasse a poeira, o que poderia ser considerado como aragem de terra, quebrando assim a proibição de trabalhar no sábado. As mulheres não deveriam se olhar no espelho em dia de sábado, para que, caso visse algum cabelo branco, não fossem tentadas a arrancá-lo, o que seria considerado pelos fariseus trabalho no sábado.

Os rabinos de mentalidade farisaica no entanto, maquinavam evasivas da lei que fossem convincentes a eles próprios e a outras pessoas. Exemplo: embora um homem não pudesse levar suas roupas nos braços durante o Shabat, mas se estivesse dentro de uma casa em chamas, ele poderia vestir-se com várias camadas de roupas, para assim livrá-las do incêndio.

CAMINHO DE UM SÁBADO
O que o israelita podia caminhar no dia de sábado era a distância de cerca de seis estádios, ou seja, 1.110 m. Dizia-se que essa distancia tinha sido originariamente fixada conforme a medida que ia do Tabernáculo à extremidade do acampamento no deserto.

O ANO SABÁTICO
O ano sétimo era celebrado pelos judeus, não cultivando a terra nesse período de tempo (Êx 23.10-11; Lv 25.2-3). O ano sabático iniciava no Outono depois da ceifa. O povo nessa ocasião devia libertar seus escravos (Êx 21.2), e perdoar as dividas; e, aqueles cuja herança tinha sido dada em garantia de alguma divida, voltavam a tomar posse de seus bens. Para celebrar a criação tinha sido instituído o ano sabático para reforçar a ideia de que Deus era dono de todas as coisas, principalmente da terra em que eles plantavam e colhiam (Lv 25.23). Nesse ano os frutos do campo e das vinhas não eram colhidos pelos proprietários, pertenciam aos empobrecidos e aos animais (Êx 23 11).

O SHABAT HOJE
Os judeus ortodoxos vivem o Oneg Shabat, isto é, a alegria do Shabat. Nesse dia não há atividades trabalhistas, não apenas para cumprir a lei de Moisés, mas para que todos tenham tempo para estudar as Escrituras, cantar Salmos ao Senhor, e orar. É um banquete festivo que torna o dia altamente especial.

Nas famílias judaicas ortodoxas, o marido se dirige a sinagoga mais próxima de sua casa para participar do Shabat. A mulher geralmente fica em casa. Antes do por do sol, ela em casa faz a oração mais importante do dia e acende as velas do Shabat. Quando o marido retorna, ele abençoa a esposa com os versículos de Provérbios 31. Em seguida abençoa os filhos. Antes da refeição familiar, o marido consagra o vinho e logo após abençoa o pão trançado, o chalá. Essa refeição é considerada a mais importante da semana e também deve ser a melhor. Mesmo as famílias mais pobres fazem um esforço para ter uma boa refeição no Shabat. Após a refeição, há uma oração e benção de ação de graças pelos alimentos consumidos. Depois são entoados em hebraico canções litúrgicas ou folclóricas que celebram as alegrias desse dia, bem como o amor de Deus pelo povo de Israel. Durante o Shabat o judeu ortodoxo não pratica qualquer atividade que dependa de esforço físico.

É comum entre os judeus não ortodoxos que a família vá junto à sinagoga. Ali após o culto ou serviço religioso em que há uma pratica rabínica, acontece uma confraternização social entre os participantes que inclui um lanche chamado “kidush”.

Durante as tardes de Shabat os judeus não ortodoxos podem praticar esportes, visitar os amigos ou ler. Mas entre os mais piedosos o dia é sempre reservado para o estudo religioso.

O SÁBADO PARA OS CRISTÃOS
Não há um só versículo no Novo Testamento que ensine ou determine que cristão deve guardar o sábado. O sábado é estatuto para o povo de Israel. Para nós que servimos à Cristo, nosso Shabat (descanso) é Jesus.


FONTE:
História das Religiões – On Line Editora
Dicionário Bíblico – Didática Paulista

Um comentário:

  1. GRAÇAS A DEUS QUE PODEMOS DIVULGAR A PALAVRA DO sENHOR COM TANTA LIBERDADE E PROPRIEDADE! dEUS CONTINUE O ABENÇOANDO!!!

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