AS DIVISÕES NO TEMPLO DE JERUSALÉM
O PODER DO TEMPLO
Muito  mais do que um local de culto, o Templo de Jerusalém era o centro  econômico, político e religioso de Israel. Lucrava com a arrecadação de  impostos, tendo em seu cadastro cerca de 1 milhão de contribuintes,  dentro e fora da Palestina. Além disso auferia somas fabulosas com o  sacrifício diário de animais (bois, carneiros e pombos), criados por  grandes proprietários de terras ligados às famílias sacerdotais.  Calcula-se que na época de Jesus, por ocasião da páscoa, foram imolados,  em suas dependências mais de 250 mil carneiros.
Para  pagar os animais a serem sacrificados, os fiéis eram obrigados a trocar  o dinheiro corrente, altamente inflacionado, pela tetradracma tíria,  uma moeda forte, cunhada na Fenícia, que não sofreu nenhuma  desvalorização num período de 300 anos. Os cambistas cobravam ágio de 8%  pela operação e formavam uma máfia poderosa, mancumunada com a elite  sacerdotal. Quando expulsou os vendedores de animais e cambistas do  Templo, Jesus golpeou de frente essa rede econômica. 
DIVISÕES DO TEMPLO
Átrio dos gentios
Esta grande superfície plana que rodeava o santuário e seus átrios exteriores era acessível tanto a judeus como a gentios.
O Recinto Sagrado
O  Soreg, que era uma parede baixa em volta do templo, formava uma área  sagrada que nenhum gentio podia pisar, sob pena de morte. Os degraus das  escadas subiam seis côvados (2,7m) até a plataforma, que por sua vez  era uma superfície plana situada na base das paredes.
Átrio das mulheres
Dentro  dos quartos que havia entre as paredes, os degraus das escadas subiam  7,5 côvados (3,43m) até o átrio das mulheres, o qual estava rodeado por  um balcão.
Átrio de Israel
Este  átrio, que era exclusivamente para acesso de judeus jovens e adultos do  sexo masculino, estava 7,5 côvados (3,43m) acima do piso do átrio das  mulheres, e 15 côvados completos (6,85m) acima da plataforma. O átrio de  Israel diferia do átrio das mulheres, pois enquanto este era grande e  aberto, o das mulheres era estreito, coberto e rodeado de colunas.
Átrio dos sacerdotes
Era  uma área de 2,5 Côvados (1,07m), era situado acima do piso do átrio de  Israel, e estava exclusivamente reservado para os sacerdotes.
Santuário
Do  átrio dos sacerdotes os degraus alcançavam uma altura de 6,5 côvados  (2,98m), até o nível do piso do santuário, dentro das paredes havia  numerosos aposentos. O edifício tinha apenas duas áreas importantes, o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo, os  quais estavam separados por duas grossas cortinas pendentes, e que  distavam um côvado uma da outra. No Lugar Santo, os sacerdotes  realizavam suas atividades regulares. O Lugar Santíssimo era o coração  interior do templo, e só o sumo sacerdote podia ali entrar, uma vez por  ano, no dia da expiação, quando oferecia um sacrifício pelos pecados do  povo.
A exclusão dos gentios do templo propriamente dito revelava que os judeus eram os escolhidos de Deus, um povo separado.
A gradação dos átrios e seu acesso restrito ressaltavam as separações de grupos dentro do judaísmo.
A inacessibilidade do Lugar Santíssimo para  todos, exceto para o sumo sacerdote uma vez por ano, e as numerosas  barreiras que impediam o povo comum de aproximar-se do lugar onde  supostamente estava a presença divina, era uma lição prática continua da  santidade de Deus e sua separação dos pecadores.
A vinda de Jesus Cristo deu início a uma nova era. Ele derrubou todas as barreiras entre Deus e os homens arrependidos. Quando Jesus morreu o “véu do templo se rasgou em duas partes de alto a baixo”  (Mt 27:51), mostrando que o caminho estava agora aberto a um acesso  imediato a Deus. Em Cristo todas as distinções de classe desapareceram –  as que existiam entre judeus e gentios (Rm 10:12), entre homens e  mulheres (Gl 3:28) e entre sacerdotes e leigos (Ap 1:6.
 Fonte: 
 Bíblia Thompson
 Revista Arquivos da História Viva

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