terça-feira, 15 de março de 2011

O CALENDÁRIO JUDAICO

SEGUNDO OS JUDEUS

O calendário judaico é mais antigo que o gregoriano; existe há mais de 3300 anos, quando Deus mostrou a Moisés a Lua Nova, no mês de Nissan, duas semanas antes da libertação dos filhos de Israel do Egito, no ano 2448 após a Criação do mundo. A partir dessa época, o povo judeu recebeu um calendário especial, diferente dos outros já existentes.

De que modo este calendário se distingue? O calendário judaico é lunissolar, i.e., os meses seguem as fases da Lua, porém leva-se em conta as estações do ano.

O mês lunar compreende o tempo que decorre de um Novilúnio até o próximo, consistindo de 29 dias, 12 horas, 44 minutos e 3,33 segundos. Como é impossível incluir num mês períodos fracionados como meios dias, horas e minutos, calculamos normalmente os meses de 29 e 30 dias, alternadamente. Desta forma resolve-se o problema das 12 horas excedentes que, uma vez são abatidas do mês de 29 dias e outra vez acrescidas no mês de 30 dias.

Mas conforme já verificamos, os períodos lunares abrangem além das 12 horas referidas, também uma fração de cerca de 44 minutos. Surge então a necessidade de resolver este problema adicional. Além disso, seria muito complicado que o dia santificado de Yom Kipur caísse no dia antes ou depois do Shabat; se o Yom Kipur fosse na sexta-feira ou no domingo, teríamos dois dias consecutivos proibindo qualquer tipo de trabalho, inclusive a preparação dos alimentos e, em caso de morte, não haveria enterro por dois dias e de acordo com a Lei Judaica, não poderíamos retardar o funeral.

Para solucionar essas questões, adiciona ou subtrai-se um dia em determinados anos, para Yom Kipur nunca cair numa sexta-feira ou num domingo, e que outras festividades também não caiam em certos dias da semana. Deste modo fica resolvido o problema dos 44 minutos que sobram.

Chamamos sua atenção para o fato de que é possível saber se qualquer um dos meses será completo (com 30 dias) ou incompleto (com 29 dias), observando-se a data de Rosh Chôdesh do mês seguinte. Se houver dois dias de Rosh Chôdesh, significa que o mês que termina é completo; assim sendo o trigésimo dia é sempre o primeiro dia de Rosh Chôdesh do próximo mês. Quando um só dia é Rosh Chôdesh, o mês que acaba tem somente 29 dias.

Quando tudo parece resolvido satisfatória e acertadamente, ainda é preciso da matemática, pois as dúvidas continuam.

Como já mencionamos, o calendário judaico baseia-se nas fases da Lua, diferente do calendário gregoriano que segue a rotação do Sol. Afirmamos também que podemos ter 29 ou 30 dias em cada mês do calendário judaico, mas nunca menos ou mais.

Um ano no calendário judaico tem 354 dias; ou seja, o ano lunar tem onze dias menos do que o ano solar, que tem aproximadamente 365 dias.

Se por acaso nos ocorre perguntar: qual é a importância disto? Aconteceria o seguinte: as festividades, neste caso, caminhariam para trás, cerca de onze dias em cada ano, até que a festa de Pêssach, que deveria ser celebrada na primavera (considerando as estações em Israel), cairia no meio do inverno; e Sucot que é no outono, seria em pleno verão, etc. Porém a Torá nos exige comemorar cada festividade na respectiva estação; por isso não ignoramos o sistema solar que determina as quatro estações do ano e não podemos deixar os onze dias e as frações para trás.

A solução é fazer com que estes se acumulem até inteirar um mês, quando então adicionamos esse mês ao ano lunar. Assim é que nestes referidos anos temos dois meses de Adar: Adar I e Adar II. Este ano é denominado embolísmico.
Até aqui expusemos de um modo simples o mecanismo do calendário judaico, mas ainda há algumas informações suplementares.

O ano do calendário judaico se compõe de 354 dias dividido em doze meses de 29 e 30 dias alternadamente. Tal ano é denominado "regular". Mas como já explicamos acima, em alguns anos deve-se acrescentar ou subtrair um dia de um dos meses. Este dia é adicionado ao mês de Cheshvan (30 no lugar dos costumeiros 29); então o ano é chamado de "completo". Quando o dia é subtraído, é retirado do mês de Kislev (29 dias no lugar do normal 30) e o ano é chamado de "incompleto". Assim, o ano normal de 12 meses poderá ter 353, 354 ou 355 dias, enquanto o ano embolísmico teria 383, 384 ou 385 dias. Veja a seguinte tabela:


Normal
incompleto
Norma
lrregular
Normal
completo
Embolísmico
incompleto
Embolísmico
regular
Embolísmico
completo
Mês
Dias
Dias
Dias
Dias
Dias
Dias
Nissan
30
30
30
30
30
30
Iyar
29
29
29
29
29
29
Sivan
30
30
30
30
30
30
Tamuz
29
29
29
29
29
29
Av
30
30
30
30
30
30
Elul
29
29
29
29
29
29
Tishrei
30
30
30
30
30
30
Cheshvan
29
29
30
29
29
30
Kislev
29
30
30
29
30
30
Tevet
29
29
29
29
29
29
Shevat
30
30
30
30
30
30
Adar I
-
-
-
30
30
30
Adar II*
29
29
29
29
29
29

353 dias
354 dias
355 dias
383 dias
384 dias
385 dias

(*) No ano "normal", este mês é denominado simplesmente "Adar".

O calendário judaico é reorganizado em pequenos ciclos de dezenove anos, cujas datas se coincidem com as do calendário gregoriano. Os anos embolísmicos são formados no terceiro, sexto, oitavo, décimo-primeiro, décimo-quarto, décimo-sétimo e décimo-nono anos desse ciclo.

Há mais de 1600 anos, nossos sábios do Talmud, que não contavam com o auxílio de computadores, calculadoras ou outros aparelhos sofisticados, deixaram por escrito o cálculo das datas do calendário judaico até o ano 6000 da Criação do mundo, que corresponde a 30 de setembro de 2239.


A OPINIÃO DOS HISTORIADORES
Segundo historiadores e estudiosos de arqueologia bíblica, o calendário judaico tem sua origem nos calendários babilônico e assírio. Logo o ciclo de meses judaico é anterior ao sistema de contagem dos anos.

O calendário judaico tem tradicionalmente como ano primeiro, o dia da criação do mundo. Mas não foi sempre assim. Na era bíblica a contagem dos anos era feita de acordo com a subida ao trono e a queda de determinado soberano. Durante o império Selêucida, os judeus adotaram a “Era Selêucida”, que continuou em pratica mesmo após a queda daquele império. O sistema romano, que contava os anos a partir da fundação de Roma, também foi utilizado pelos judeus.

Ao longo do tempo, estudiosos calcularam o que acreditavam ser a idade do mundo. Baseados nas idades dos patriarcas do Livro de Gênesis somaram os anos de vida de cada um deles. Grande parte do povo judeu preferiu adotar esse sistema de contagem.

Séculos mais tarde, depois que a Igreja começou a contar os anos a partir da data do nascimento de Jesus - ainda que não haja uma data confiável – o povo judeu preferiu continuar com sua contagem habitual e cultural, e simplesmente ignorou o novo calendário.

O calendário judaico é inspirado nas estações do ano e nos ciclos agrícolas. A festa da Páscoa é também estabelecida como “Festa da Primavera”, e deve ocorrer sempre na época da primavera, claro. A Igreja Católica Romana adaptou o seu calendário, ao calendário judaico. Foi necessário tal apreço uma vez que poderíamos ter a Páscoa judaica numa determinada época do ano e a Páscoa dos povos cristãos em outra época, o que não seria correto. Sempre a festa da Páscoa deve coincidir tanto no calendário judaico como no cristão.

Em tempos remotos, a observação dos astros e de outros fenômenos naturais, tais como chuvas e estações climáticas, ajudou aqueles que elaboram o calendário em seus ciclos diários, semanais e mensais. Todos os meses iniciam com a lua nova e têm 29 dias, ás vezes 30 espalhados em 12 meses, o que dá uma soma de 354 dias anuais. A este tipo de calendário dá-se o nome de “ano lunar”. Para sincronizar o ano lunar com o ano solar, que é de 365 e meio, é necessário que haja anos bissextos de tempos em tempos.

Ao calendário solar, acrescenta-se um dia em determinados meses do ano; no calendário lunar, acrescenta-se um mês inteiro no ano. Esse mês inteiro a mais obedece a um ciclo matemático de contas absolutamente exatas. A cada período de 19 anos, havia um mês de “Adar II”, de 29 dias, logo após o mês de Adar.

Os mais antigos observavam o céu e diziam que o novo dia já despontara ao avistarem as estrelas. De qualquer modo, um dia começa no pôr do sol e termina no pôr do sol seguinte. A semana é composta de sete dias. E um mês de quatro semanas. O ano tem 12 meses. O ano bissexto tem 13 meses.

Os dias da semana, no calendário judaico, não recebem nomes de astros ou planetas, como ocorre nos calendários em Francês, espanhol, italiano, inglês, alemão outras línguas. O sistema de nomenclatura é parecido com o brasileiro, é numerário. Em hebraico, os dias da semana, ou shavua (que significa “sete”, pois sete são os dias e, talvez a origem etimológica da palavra shabat). Os dias são assim designados:

Iom Rishon (Dia Primeiro ou Domingo),
Iom Sheini (Dia Segundo),
Iom Shlishi (Dia Terceiro),
Iom Revil (Dia Quarto),
Iom Chamish (Dia Quinto),
Iom Shishi (Dia Sexto) e
Shabat.

É importante notar que apenas o sétimo dia da semana recebe um nome.

Para converter um ano do calendário gregoriano para um ano do calendário judaico, é necessário somar 3.760 anos. Como o ano judaico inicia-se durante os meses de setembro e outubro, sua maior parte fica no ano seguinte do gregoriano.

FONTE:
História das Religiões – On Line Editora

3 comentários:

  1. Muito bom o post Antonio. Continua nessa força homem de Deus!!! Este blog ainda vai ajudar muitos com certeza. Paz varão.

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  2. Como sempre, Antônio, muito importante pra nós essa postagem.
    Devemos entender bem sobre esse calendário, caso contrário, muitas passagens bíblicas, ficariam sem explicações.
    Parabéns irmão e me desculpe por ter sumido, meu Pc
    e minha net estão ruins.
    Mas vou continuar orando para Deus abençoar seu ministério e seus projetos.
    Graça e Paz

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  3. Antonio muito dez sua postagem, gostei muito dessa matéria, que Deus abençõe sua vida.

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