terça-feira, 8 de março de 2011

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, TAMBÉM NO MEIO EVANGÉLICO
 
TEXTO BASE: Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá a sua mulher, e eles se tornarão uma só carne (Gn 2.24).

Mundialmente, uma das formas mais comuns de violência contra as mulheres é a agressão feita pelo marido. A violência praticada por parceiros ocorre em todos os países e transcende aos grupos sociais, econômicos, religiosos e culturais.

Apesar da pesquisa sobre o abuso praticado por parceiros estar ainda no estágio inicial, existe um consenso cada vez maior sobre sua natureza e os vários fatores que provocam este tipo de abuso. Às vezes referido como “agressão conjugal”, “espancamento” ou “violência doméstica”, o abuso pelo esposo é mais frequentemente parte de um padrão, que inclui o comportamento abusivo e o controle forçado, do que um ato isolado de agressão física. O abuso pelo parceiro pode tomar várias formas, inclusive agressões físicas tais como golpes, tapas, chutes e surras; abuso psicológico por menosprezo, intimidação e humilhação constantes; e coerção sexual. Inclui também frequentemente os chamados comportamentos de controle, tais como o isolamento forçado da mulher em relação à sua família e amigos, a vigilância constante de suas ações e a restrição de seu acesso a recursos variados.

No Brasil foi criada a Lei Maria da Penha, para punir maridos violentos e proteger a mulher agredida. Mas as agressões continuam acontecendo e as punições são raras.

No meio evangélico não deveria acontecer este tipo de violência, já que pregamos a paz. Infelizmente acontece com mais frequência do que se pode imaginar. A mulher cristã em sua maioria tem dificuldades de denunciar o marido em delegacias especializadas, preferem buscar ajuda pastoral. Seria o correto, mas, aí ela encontra outro problema, a maioria dos pastores não são preparados para aconselhar casais com este tipo de problema. Temos lido e ouvido relatos de mulheres em que o pastor a acusou de ser a culpada pela violência do marido. Quer dizer, ela vai buscar ajuda e volta mais humilhada. O que elas mais ouvem é que precisam continuar suportando as agressões porque separar-se é pecado.

Será que é pecado abandonar um marido violento e covarde? Será que Deus sente prazer em ver uma filha sendo agredida e violentada por alguém que deveria protegê-la? O marido deve proteger a esposa. Quem agride a esposa não ama, para ele a esposa é apenas sua propriedade. Quem ama protege, quem ama quer o bem, quem ama quer ver a pessoa amada feliz, e quem vive sendo agredida não tem felicidade.

O mais cruel nestes casos é que existem pastores e líderes de igrejas que são violentos com suas esposas, e mesmo denunciados continuam atuando à frente da igreja como se tudo estivesse normal. As igrejas não tomam providencias.

A Bíblia ensina que o bispo deve ser: “... irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento” (1 Tm 3.2-3). (grifo nosso).

Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus. Não soberbo, nem briguento, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância” (Tt 1.7). (grifo nosso).

Não podemos compreender como as igrejas que tanto buscam viver segundo a Bíblia, ignoram estes ensinamentos. Existem muitas reclamações contra este tipo de violência cometida por pessoas que estão investidos de cargos eclesiásticos. Está na hora das igrejas começarem a agir como igreja, não permitindo que pessoas violentas façam parte de seus quadros de liderança. Que condição tem esse tipo de pastor, de aconselhar um casal? Que condições tem esse presbítero de falar sobre vida familiar? Será que essas pessoas violentas tem comunhão com Deus? Deus seria conivente com este tipo de gente? Não, essas pessoas nada tem de Deus. Deus é paz, Deus é mansidão, Deus é amor.

O espancador pode ter uma pregação maravilhosa, falar em línguas estranhas, profetizar e ter revelações, pode ser “canela de fogo”. Mas pode ter certeza que nada disso vem de Deus. O Espírito Santo não faria morada nesse tipo de gente.

Veja o que diz o pastor Ariovaldo Ramos sobre a importância da unidade do casal, usando como exemplo Adão e Eva: “No começo eles estavam nus e não se envergonhavam um do outro. Depois passaram a se envergonhar um do outro e depois passaram a acusar um ao outro. O que foi que nós perdemos na queda? Nós perdemos a unidade humana. O que a Bíblia quer dizer quando diz que homem e mulher estavam nus e não se envergonhavam? É que eles se viam como extensão um do outro. Eles não tinham nada o que esconder um do outro, eles eram transparentes, marido e mulher confiavam plenamente um no outro e à relação entre eles era uma relação de unidade. O que aconteceu quando eles romperam com Deus? Eles perderam a unidade, passaram a desconfiar um do outro, a tentar se esconder um do outro, a tentar se proteger um do outro e, finalmente passaram a se acusar mutuamente”.

Então, um casal que vive brigando, o marido espancando a esposa, pode falar em unidade? São extensão um do outro? Confiam um no outro? É o casal sonhado por Deus? Não, de maneira nenhuma. Casal que vive brigando está rompido com Deus.

Quando a Bíblia diz que o marido é cabeça da família, não está dizendo que ele é o ditador, está ensinando que ele é o líder, e liderança é respeitar as diferenças, é entender que nem todos pensam igual ao líder, é respeitar a opinião dos outros. O líder não pode impor sua autoridade na base da força. O marido não é o senhor e a esposa a escrava.

É bom que fique bem claro para o marido agressor que esse comportamento é crime e covardia.

UM ALERTA AS JOVENS SOLTEIRAS
Se seu namorado ou noivo age das seguintes maneiras:

- Demonstra um ciúme exagerado;
- Quer ter controle total sobre sua vida;
- Agride com palavras;
- Segura você às vezes com violência.

Pense bem, se ele age assim enquanto namorado. Quando casar você será agredida fisicamente. Este rapaz certamente será um futuro espancador de esposa. Fuja dele enquanto pode ou, você será mais uma vítima. Essas pessoas dificilmente conseguem mudar de atitude. Veja um exemplo citado pelo pastor Ed René Kivitz, no livro “Outra Espiritualidade”: Certo dia fui interpelado por uma jovem após uma de minhas palestras. Seu semblante demonstrava apreensão e sofrimento. Foi direto ao ponto: contou que tinha um noivo um pouco violento, que já a havia agredido por duas vezes, mas que sempre chorava, pedindo perdão e prometendo não repetir as agressões. Depois fez a pergunta: “Pastor, devo me casar com ele?”. Contrariando um procedimento padrão, respondi de maneira direta: “Apenas se estiver disposta a apanhar pelo resto da vida”. Ela continuou: “Mas o senhor não acredita que ele pode mudar?”. Respondi: “Acredito, sim. Acredito que ele pode mudar. Mas não tenho certeza de que ele vai mudar. Portanto, você só deve se casar com ele somente na hipótese de acreditar que poderá conviver com ele, mesmo que não mude”.

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Fontes citadas:
Outra Espiritualidade, Ed René Kivitz – Mundo Cristão
O Que Significa Ser Salvo, Ariovaldo Ramos, Betesda

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